Dilma defende Cuba em reunião com Obama
No encontro que terá na
segunda-feira, dia 9, com Obama, presidente avisará que próxima Cúpula das Américas
‘será a última’ sem o país caribenho.
Via O
Cafezinho
Na conversa reservada que terá na
segunda-feira, dia 9, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na
Casa Branca, a presidente Dilma Rousseff marcará posição em defesa de Cuba. Em
um jogo combinado com outros países do continente, Dilma avisará que “esta será
a última Cúpula das Américas sem a participação de Cuba” porque, caso a
situação não mude, o próximo encontro, em 2016, ficará completamente esvaziado.
A 6ª Cúpula das Américas ocorrerá
na cidade colombiana de Cartagena de Índias, nos dias 14 e 15, pouco depois de
Dilma voltar da viagem aos EUA. Sob bloqueio econômico norte-americano, Cuba
foi, mais uma vez, excluída da reunião continental. Em sinal de protesto, o
presidente do Equador, Rafael Correa, já anunciou que não participará do
encontro na Colômbia.
Na conversa com Obama, Dilma
pretende antecipar a posição unificada que o Brasil e outros países do bloco
mais alinhado à esquerda pretendem levar à Cúpula das Américas. Pelo roteiro
acertado até agora, os governantes de 12 dos 34 países convidados para o
convescote de Cartagena farão declarações de repúdio à falta de assento para
Cuba no evento.
Na prática, Dilma quer arrancar
de Obama, neste ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o compromisso
político de que o governo estadunidense vai restabelecer relações com a ilha
governada por Raul Castro, irmão e sucessor de Fidel Castro no comando do país.
Obama é candidato a um segundo mandato pelo Partido Democrata. Os comentários
de Dilma, porém, devem ser feitos na conversa a portas fechadas, e não na
declaração ao lado de Obama, na Casa Branca. Dilma não tem intenção de pôr
Obama numa saia-justa.
Quando visitou Havana, em
janeiro, Dilma criticou os EUA e disse não ser possível fazer da questão dos
direitos humanos uma “arma” de combate político-ideológico. “Se vamos falar de
direitos humanos, nós começaremos a falar de direitos humanos no Brasil, nos
Estados Unidos e a respeito de uma base aqui chamada Guantânamo”, afirmou
Dilma, na ocasião, numa referência à prisão mantida pelo governo anorte-mericano na
Ilha.
Dilma também ouviu apelos de
empresários para questionar Obama sobre a constitucionalidade de uma lei
aprovada na Flórida que pune empresas com relações comerciais com Cuba. Pela
nova lei, companhias com negócios na ilha não podem ter grandes empreendimentos
na Flórida. A retaliação atinge em cheio as empreiteiras brasileiras, como a Odebrecht,
que toca a obra do Porto de Mariel, em Cuba. Trata-se do principal
empreendimento de infraestrutura realizado atualmente ali, com financiamento de
US$683 milhões do governo brasileiro – 85% do valor total.
Depois que a lei foi aprovada no
Congresso da Flórida, Dilma recebeu várias reclamações de empresários que
mantêm negócios tanto nos EUA quanto em Cuba. Eles querem que Dilma pergunte a
Obama até que ponto o Estado pode legislar sobre questões de relações
internacionais.
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