Pela 22ª vez, Assembleia Geral da ONU pede fim de bloqueio a Cuba
Nos 51 anos de
bloqueio dos EUA a ilha, prejuízo ocasionado aos cubanos chega a US$1,1
trilhão, estima governo.
Via Opera
Mundi
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou na terça-feira,
dia 29/10, o 22º projeto de resolução – em 22 anos – que pede o fim do bloqueio
norte-americano a Cuba. Com voto de 188 dos 193 membros do organismo internacional,
a decisão se baseou em um relatório da Ilha sobre os impactos do bloqueio. Os pedidos
têm sido repetidamente ignorados pela Casa Branca.
“O que se ganha com essa política velha e eticamente inaceitável
que não funcionou nos últimos 50 anos?”, questionou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez,
perante a plenária. O ministro ainda afirmou que o bloqueio piorou sob a administração
de Barack Obama – ironicamente, eleito “para a mudança”.
A resolução se baseia nos princípios de soberania, igualdade
entre os Estados e não interferência nos assuntos internos de outros países da Carta
da ONU. Cuba, junto de outras nações, denunciaram os Estados Unidos por violações
do direito internacional, lembrando as consequências do bloqueio na sociedade civil
cubana.
Entre os afetados, estão os pacientes de um centro cardiológico
em Havana que não podem ser atendidos com aparelhos de alta tecnologia porque sua
compra não foi autorizada pelos EUA. Segundo o relatório formulado pelo governo
cubano, o prejuízo ocasionado à ilha desde o começo do bloqueio, em 1962, chega
a US$1,1 trilhão.
O documento também sustenta em suas conclusões que, durante os
últimos cinco anos, ocorreu um “persistente recrudescimento”, especialmente de sua
“dimensão extraterritorial”. “Durante este período, a pertinaz perseguição e obstrução
das transações financeiras internacionais de Cuba se transformou na prioridade da
política de asfixia econômica mantida contra o povo cubano”, diz.
“A cada dia há um número maior de bancos no mundo que, por pressões norte-americanas
diretas ou indiretas, se negam a realizar transações com Cuba”, afirmou vice-ministro
de Relações Exteriores, Abelardo Moreno, na apresentação do relatório. De acordo
com o documento, em dezembro de 2012, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros
dos EUA multou o banco HSBC, com sede em Londres, por um montante de US$375 milhões,
por realizar operações com Cuba.
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